Na última sexta-feira, dia 13, três vigas caíram sobre veículos que trafegavam no local, deixando três feridos.
Durante a visita, os parlamentares conversaram com técnicos do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de SP) que faziam análise dos escombros. Os deputados questionaram os técnicos, que alegaram ainda não terem concluído a investigação.
A bancada petista da Alesp acionou o Ministério Público para ajudar na investigação, já que não foi instaurada CPI.
“É simplesmente absurdo o que houve [o acidente no Rodoanel]. E tentar impedir uma apuração minuciosa, detalhada e transparente só demonstra ainda mais o descaso do governo paulista para com a população”, disparou Marcos Martins.
Diante do acontecido e frente a informações técnicas de irregularidades, o CREA-SP (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo) deverá inspecionar todas as cerca de 2 mil vigas instaladas por todo trecho sul do Rodoanel, obra que tem data prevista para entrega em março do ano que vem.
Segundo a entidade, o correto seria terem instalado cinco e não apenas quatro vigas onde houve o desmoronamento. O que para o CREA-SP foi um grave erro de engenharia, e avaliará se as vigas utilizadas no trecho possuem as mesmas características e ainda quais pertencem ao mesmo lote daquelas que desabaram.
Peritos do Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.), responsável pela obra, também integrarão a equipe de técnicos da entidade.
O TCU (Tribunal de Contas do Estado e da União) também apontou irregularidades, e destacou haver problemas com os materiais utilizados na obra, avaliados como de baixo valor.
Os deputados que vistoriam a obra, acreditam haver semelhança com a obra do Metrô que também desabou em janeiro de 2007, no que diz respeito a modificações no projeto, aceleração no processo de construção da obra, e acusam o governo tucano de correr com as obras do Rodoanel com intuito de inaugurar o novo trecho antes das eleições do próximo ano.
Outro ponto chave apontado pelos deputados, é a terceirização da fiscalização da obra, feita por cinco empresas privadas e não pelo estado, através da Dersa. “Colocar empresas privadas para fiscalizarem esta obra, é o mesmo que colocar raposas para vigiar galinhas”, disparou Marcos Martins.
Segundo apurou o jornal O Estado de São Paulo, o governo paulista adiantou 90% do dinheiro, sendo que até agora, concluiu-se apenas 70% da obra. Na avaliação do deputado Marcos Martins, “não há outra explicação para a aceleração da obra de forma irresponsável, senão as eleições”.